Muitas vezes escrevo por gostar das palavras e do desafio de aprender a dizê-las com arte, beleza, independentemente da origem do sentimento envolvido, independentemente de haver um sentimento envolvido. Outras muitas vezes eu escrevo porque o coração me envolveu. Em tudo, o que se me dá é alvoroço, mas eu precisava de um canto, mais meu, mais solto para dizer do que mais me toma, do que mais é meu... Eu precisava deixar a alma passarejar nesse encanto, revelar o que a sonha em tal tamanho de fazer se transformar.
Deitam dos céus
umas luzes
semi-coloridas.
O que se configura
nessa tua esfera?
Seca, menina,
essa tua aspereza:
as mãos em chuva,
bebe dessa natureza,
como quem se aninha
em canção de si mesma.
Vive esse alento
que se te dá
no pouco tempo
e mérito.
Cumpre o teu credo,
reza teu hino,
segue o destino
desse teu verso...
passareja.
(em canção de si mesma, set/10)
(em canção de si mesma, set/10)